JESUS ENSINA SOBRE A VIDEIRA E OS RAMOS / 15.1-17 / 215

Jesus sabia que a sua presença física entre seus preciosos discípulos em breve iria terminar. Ele também sabia que estes homens iriam precisar de um claro entendimento sobre a sua posição com Deus, como também sobre o que era esperado deles. Assim, conscientemente Ele encheu as suas mentes com imagens e idéias para ajudá-los a sobreviver aos dias que viriam. Mas estas mesmas lições também fornecem recursos vitais para preparar as futuras gerações de discípulos para crescer na sua fé.

15.1,2 A videira é uma planta produtiva; uma única videira produz muitas uvas. No Antigo Testamento, as uvas simbolizavam a fertilidade de Israel na realização da obra de Deus na terra. Os profetas tinham escrito que Israel era a videira de Deus, cuidadosamente plantada e cuidada. Mas a videira trazia um desapontamento, porque produzia somente frutos estragados; isto é, o povo se recusava a dar a Ele amor e obediência. Isto é descrito de modo muito vivido e penetrante em Isaías 5.17, uma passagem que Jesus parece ter utilizado aqui (veja também Jeremias 2.2,21; 6.9; Ezequias 15; 17.5-10; 19.10-14; Os 10.1; 14.7). Jesus, com todos os crentes “estando” nele, é a videira verdadeira — a verdadeira concretização do plano de Deus para o seu povo (veja Sl 80.8-17). A nova sociedade do povo de Deus - os cristãos - se origina de Cristo e está unida a Ele como os ramos de uma videira. Deus é o lavrador, que cultiva a videira e as varas. Os cientes, tanto os sinceros como os falsos, são retratados aqui como as varas (os ramos).

Os ramos produtivos são os crentes sinceros que, por meio da sua viva união com Cristo, produzem muitos frutos. Mas esta união pode ser interrompida. O Pai tira toda vara que não dá fruto. Aqueles que se tornam improdutivos - aqueles que deixam de seguir a Cristo depois de assumir um compromisso superficial - serão separados da videira (veja

para mais comentários sobre a identidade específica dos ramos improdutivos). Os seguidores improdutivos são como ramos mortos e serão arrancados e lançados fora. O fruto não se limita à conquista da alma. Neste capítulo, orações atendidas, alegria e amor são mencionados como frutos (15.7,11,12). As passagens em Gálatas 5.22-24 e 2 Pedro 1.5-8 descrevem frutos adicionais, explicados como sendo qualidades do caráter cristão.

Por outro lado, Deus limpa toda aquela vara que dá fruto, para que dê mais fruto. O agricultor bem sucedido sabe que podar, aparar os ramos aumenta a produção de frutos. A cada primavera o vinhateiro poda a videira até os ramos principais para melhorar a sua produtividade. Os crentes sinceros, os ramos frutíferos, serão “podados”, o que significa que Deus algumas vezes precisará nos disciplinar para fortalecer o nosso caráter e a nossa fé. Mas os ramos que não derem frutos serão “arrancados” do tronco e completamente descartados porque não têm valor e frequentemente infectam o restante da planta. As pessoas que não dão frutos para Deus, ou que tentam impedir os esforços dos seguidores de Deus, serão arrancadas e desligadas do seu poder que dá a vida.

A imagem que Jesus dá aqui nos leva a um nível diferente. Esta poda é espiritual, afastando a contaminação do pecado. Este versículo indica que os discípulos já estão limpos (podados) porque tinham aceitado a palavra de Deus; eles já estavam prontos para dar fruto. Mas não foi assim com Judas, o traidor; ele não estava limpo - portanto, foi um daqueles ramos arrancados.

Os cientes devem estar em Jesus, a videira, e Ele estará em nós. Um ramo de videira pode sobreviver e produzir folhas durante algum tempo depois de não estar na videira, mas não pode dar fruto a menos que continue conectado a um ramo principal. Assim como Jesus tinha uma dependência viva com o Pai (veja 6.57), também os crentes em Jesus precisam ter uma dependência viva dele. “Estar”, para os discípulos e para todos os cientes hoje em dia, significa tomar uma decisão constante, em todos os momentos, de seguir a Cristo. E não devemos ser passivos — os crentes não devem simplesmente sentar-se e “estar” até morrer. Ao contrário, devemos ser ativos — temos muito que fàzer.

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